A insistência da APLB em tentar a todo custo impor a participação para intermediar a antecipação na liberação dos precatórios dos professores da rede pública municipal de Feira de Santana oculta um interesse estarrecedor: o sindicato tenta tirar do bolso dos docentes até R$ 36 milhões, com uma comissão de 20% embutida em título advocatício que não é obrigatória, já que o benefício é direito adquirido.
Ao migrarem para o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, entidade que também os representa por fazerem parte do quadro de servidores municipais, os professores simplesmente trocaram o pagamento de uma taxa de 20% a título advocatício cobrada pela APLB por apenas 1% de contribuição ao advogado do Sindesp. A redução é assustadora e, além de aliviar o bolso do docente, também coloca em dúvida sobre a atitude da entidade sindical, se estaria defendendo os interesses da categoria ou apenas de seus dirigentes?
O valor dos precatórios para o município de Feira de Santana, segundo especulações, gira em torno de R$ 300 milhões, sendo que este valor seria rateado na proporção de 40% para a Prefeitura e os demais 60% divididos entre os cerca de 2.800 professores.
Nesta quinta-feira, a Prefeitura de Feira de Santana vai publicar o chamamento público para bancos ou instituições financeiras interessadas em participar do processo de antecipação dos precatórios através de deságio. Com isso também os professores se livram definitivamente desta gana da APLB de Marlede Oliveira em tirar, segundo cálculo da própria categoria, até R$ 36 milhões do bolso dos docentes.
Ao fazerem os cálculos, os docentes ficaram estarrecidos com a atitude da APLB e passaram a ter uma percepção bem diferente da entidade, que tenta arrancar parte do benefício deles ao invés de realmente defendê-los.
Agora imagine a aposentadoria milionária de quem será diretamente beneficiado com os dividendos desse título advocatício as custas do suor dos professores.
Por: Ramos Neto