Tem sido cada vez maior o número de professores que tem se desfiliado da APLB para se filiar junto ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Feira de Santana (Sindesp). O principal motivo disso é a pauta dos precatórios do Fundef. Enquanto a APLB adotava a postura de bater de frente com o Governo Municipal, realizando protestos, muitos deles violentos, resultando em invasão à Prefeitura, destruição do patrimônio público, dentre outras posturas que assustaram os professores e a sociedade, o Sindesp conseguiu avançar nessa pauta trilhando o caminho do diálogo e do embasamento legal. 

O resultado é que através da intermediação do Sindesp cerca de 1.800 professores da rede pública municipal de Feira de Santana que trabalharam entre 1997 e 2006 estão muito próximos de receberem o adiantamento dos precatórios do Fundef, que seria liberado somente em 2026. A atuação do Sindesp, paralelamente a desastrosa gestão da APLB que tem a frente a contestada professora Marlede Oliveira, está resultando em um movimento histórico: uma grande migração de docentes para a entidade majoritária de representação dos servidores públicos municipais. 

Em uma tentativa desesperada de frear o crescente número de professores filiados ao Sindesp - entidade que inclusive é presidida por uma professora: Lorena Moura - a APLB ingressou com um pedido junto à Justiça do Trabalho, o qual visava impedir que o SINDESP realizasse assembleias ou reuniões com os professores. A APLB tem divulgado uma decisão de primeira instância a favor da entidade, no entanto é uma decisão ainda provisória e o processo não foi concluído, esclarece o jurídico do Sindesp.

Em nota a imprensa, o Sindicato dos Servidores esclareceu que já interpôs um recurso junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), buscando a revogação dessa sentença. "Acreditamos que a decisão que impede o SINDESP de realizar suas assembleias e reuniões é equivocada e desarrazoada, pois fere os direitos previstos no artigo 7º da Constituição Federal, que garante a livre organização e atuação dos sindicatos. Destacamos também que o SINDESP tem representado os interesses dos professores desde 1984, com filiações significativas ao longo dos anos", diz a nota. 

"A recente questão envolvendo os precatórios, que tem gerado controvérsias, é um tema importante e relevante para a categoria, mas que deve ser decidido diretamente pelos professores. O SINDESP sempre atuou para que os professores tivessem a liberdade de decidir sobre a antecipação ou não dos precatórios, respeitando a vontade de cada um", defende o Sindesp.

O fato evidencia o grande desgaste da imagem da presidente Marlede Oliveira a frente da APLB. A desidratação política da dirigente sindical foi confirmada nas últimas eleições municipais, quando a mesma saiu candidata a vereadora obtendo apenas 1.023 votos.  

Por Ramos Neto